Golfinho-de-dentes-rugosos
Classe: Mammalia
Ordem: Cetacea
Subordem: Odontoceti
Família: Delphinidae
Gênero: Steno sp.
Espécie: Steno bredanensis (G.Cuvier in Lesson, 1828)
O golfinho-de-dentes-rugosos é uma espécie circuntropical, ou seja que ocorre na região tropical de todos oceanos do mundo.
Animal relativamente grande e robusto que pode atingir até 285 cm de comprimento total e pesar por volta de 160 kg, cujo nome popular tem origem nas ranhuras longitudinais que estes golfinhos apresentam em seus dentes. Pescadores do litoral baiano conhecem esta espécie por toninha, tuninha, golfinho ou golfinho-preto.
Espécie conhecida por seus hábitos preferencialmente oceânicos, porém no Brasil costuma ocorrer também sobre a plataforma continental e até mesmo em baías como a baía da Ilha Grande no Rio de Janeiro. Na Bahia, apesar de comum em todo o estado a ocorrência deste golfinho é aparentemente maior no litoral norte do estado e costa de Salvador, onde a plataforma continental apresenta um estreitamento tornado próxima a região oceânica da costa. É comum também nesta região a ocorrência de grupos mistos entre golfinho-de-dentes-rugosos e golfinho-flipper (Tursiops truncatus), inclusive com um registro desta interação no interior da baía de Todos os Santos.
O golfinho-de-dentes-rugosos também é observado com certa freqüência no baixo sul do estado da Bahia entre Morro de São Paulo e a baía de Camamú.
O golfinho-de-dentes-rugosos costuma formar pequenos grupos de 5 a 20 indivíduos, raramente mais que isso, porém podem ocasionalmente formar grandes agregações temporárias. Como ja foi citado o golfinho-de-dentes-rugosos forma grupos mistos com o golfinho-flipper, e também com baleias-piloto (Globicephala spp.), com o golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra), com o golfinho-pintado-pantropical (Stenella attenuata) e com o golfinho-rotador (Stenella longirostris), podendo inclusive gerar descendentes hibridos com através do cruzamento com algumas destas espécies; no Sea Life Park, Havaí, uma fêmea de golfinho-de-dentes-rugosos deu a luz a um filhote hibrido produzido com um macho de golfinho-flipper, este filhote sobreviveu bem por quatro anos em cativeiro.
O golfinho-de-dentes-rugosos pode também interagir com baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) e baleias-franca-do-sul (Eubalaena australis). Interações dom as baleias-jubarte ocorrem com alguma freqüência no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
Curioso o golfinho-de-dentes-rugosos costuma se aproximar de embarcações e muitas vezes praticam o bow ride, porém apesar de estar apto a realizar diversos tipos de comportamentos aéreos não é comum observá-los saltando em ambiente natural. É comum observar golfinhos-de-dentes-rugosos carregando objetos flutantes, inclusive lixo sobre a cabeça ou preso nas nadadeiras.
A dieta do golfinho-de-dentes-rugosos é composta por peixes e cefalópodes que capturam em mergulhos profundos que podem durar até 15 minutos, porém em regiões costeiras acredita-se que possa se alimentar também de peixes de águas mais rasas como a tainha (Mugil sp.) e peixes de estuário da familia Sciaenidae.
Um comportamento curioso do golfinho-de-dentes-rugosos com relação a seu hábito alimentar é fato de sacudir a presa de tal forma que consegue eviscerar e separar o corpo da cabeça antes de ingerir, esta comportamento inclusive dificulta a análise do conteúdo estomacal em indivíduos desta espécie encontrados encalhados.
O golfinho-de-dentes-rugosos atinge a maturidade sexual com cerca de 210 a 255 cm de comprimento total (aproximadamente 10 a 14 anos de idade). A gestação desta espécie dura entre 10 e 11 meses quando nasce apenas um filhote nasce medindo por volta de 100 cm de comprimento total. Estima-se que o golfinho possa viver pelo menos 32 anos em vida livre.
A principal ameaça que sofre o golfinho-de-dentes-rugosos é a captura acidental em redes-de-pesca, especialmente no Brasil onde a espécie apresenta hábitos costeiros. Por ser uma espécie que as vezes se associa aos grandes cardumes de atum (Thunnus spp.) no Pacifico oriental tropical é algumas vezes capturado acidentalmente pela frota pesqueira industrial. No Japão, ilhas Salomão, São Vicente (Caribe), Papua Nova Guiné e costa oriental da Africa a espécie é capturada intencionalmente com o uso de arpões para fins de subsistência, no Brasil existe um registro do aproveitamento da crane de um golfinho-de-dentes-rugosos encalhado no Rio Grande do Norte. Devido ao habito de roubar peixes das redes-de-pesca o golfinho-de-dentes-rugosos é bastante impopular, especialmente no Havaí, esta impopularidade interfere nas ações dos pescadores destas regiões quando um exemplar desta espécie é encontrado ainda com vida emalhado em suas redes-de-pesca e favorece muitas vezes a captura e morte intencional destes golfinhos.
Assim como todas as espécies que apresentam hábitos costeiros o golfinho-de-dentes-rugosos também sobre com a poluição, análises do tecido adiposo de exemplares encontrados encalhados identificaram a presença de compostos químicos como o PCB; em duas ocasiões distintas golfinhos-de-dentes-rugosos foram resgatados sob as palafitas da favela dos Alagados, área bastante poluida da baía de Todos os Santos. Ambos os animais aparentavam estar saudáveis e ficaram preso na pequena enseda devido a presença de uma rede de contenção de lixo presente na entrada da mesma.
Encalhes em massa já foram registrados para esta espécie, em 1997 62 indivíduos encalharam em uma praia da Flórida e apenas quatro destes foram reabilitados e devolvidos ao mar com sucesso. Para o Brasil existe pelo menos um registro de encalhe em massa para a espécie, em 1998 na baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro.
Classe: Mammalia
Ordem: Cetacea
Subordem: Odontoceti
Família: Delphinidae
Gênero: Steno sp.
Espécie: Steno bredanensis (G.Cuvier in Lesson, 1828)
O golfinho-de-dentes-rugosos é uma espécie circuntropical, ou seja que ocorre na região tropical de todos oceanos do mundo.
Animal relativamente grande e robusto que pode atingir até 285 cm de comprimento total e pesar por volta de 160 kg, cujo nome popular tem origem nas ranhuras longitudinais que estes golfinhos apresentam em seus dentes. Pescadores do litoral baiano conhecem esta espécie por toninha, tuninha, golfinho ou golfinho-preto.
Espécie conhecida por seus hábitos preferencialmente oceânicos, porém no Brasil costuma ocorrer também sobre a plataforma continental e até mesmo em baías como a baía da Ilha Grande no Rio de Janeiro. Na Bahia, apesar de comum em todo o estado a ocorrência deste golfinho é aparentemente maior no litoral norte do estado e costa de Salvador, onde a plataforma continental apresenta um estreitamento tornado próxima a região oceânica da costa. É comum também nesta região a ocorrência de grupos mistos entre golfinho-de-dentes-rugosos e golfinho-flipper (Tursiops truncatus), inclusive com um registro desta interação no interior da baía de Todos os Santos.
O golfinho-de-dentes-rugosos também é observado com certa freqüência no baixo sul do estado da Bahia entre Morro de São Paulo e a baía de Camamú.
O golfinho-de-dentes-rugosos costuma formar pequenos grupos de 5 a 20 indivíduos, raramente mais que isso, porém podem ocasionalmente formar grandes agregações temporárias. Como ja foi citado o golfinho-de-dentes-rugosos forma grupos mistos com o golfinho-flipper, e também com baleias-piloto (Globicephala spp.), com o golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra), com o golfinho-pintado-pantropical (Stenella attenuata) e com o golfinho-rotador (Stenella longirostris), podendo inclusive gerar descendentes hibridos com através do cruzamento com algumas destas espécies; no Sea Life Park, Havaí, uma fêmea de golfinho-de-dentes-rugosos deu a luz a um filhote hibrido produzido com um macho de golfinho-flipper, este filhote sobreviveu bem por quatro anos em cativeiro.
O golfinho-de-dentes-rugosos pode também interagir com baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) e baleias-franca-do-sul (Eubalaena australis). Interações dom as baleias-jubarte ocorrem com alguma freqüência no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
Curioso o golfinho-de-dentes-rugosos costuma se aproximar de embarcações e muitas vezes praticam o bow ride, porém apesar de estar apto a realizar diversos tipos de comportamentos aéreos não é comum observá-los saltando em ambiente natural. É comum observar golfinhos-de-dentes-rugosos carregando objetos flutantes, inclusive lixo sobre a cabeça ou preso nas nadadeiras.
A dieta do golfinho-de-dentes-rugosos é composta por peixes e cefalópodes que capturam em mergulhos profundos que podem durar até 15 minutos, porém em regiões costeiras acredita-se que possa se alimentar também de peixes de águas mais rasas como a tainha (Mugil sp.) e peixes de estuário da familia Sciaenidae.
Um comportamento curioso do golfinho-de-dentes-rugosos com relação a seu hábito alimentar é fato de sacudir a presa de tal forma que consegue eviscerar e separar o corpo da cabeça antes de ingerir, esta comportamento inclusive dificulta a análise do conteúdo estomacal em indivíduos desta espécie encontrados encalhados.
O golfinho-de-dentes-rugosos atinge a maturidade sexual com cerca de 210 a 255 cm de comprimento total (aproximadamente 10 a 14 anos de idade). A gestação desta espécie dura entre 10 e 11 meses quando nasce apenas um filhote nasce medindo por volta de 100 cm de comprimento total. Estima-se que o golfinho possa viver pelo menos 32 anos em vida livre.
A principal ameaça que sofre o golfinho-de-dentes-rugosos é a captura acidental em redes-de-pesca, especialmente no Brasil onde a espécie apresenta hábitos costeiros. Por ser uma espécie que as vezes se associa aos grandes cardumes de atum (Thunnus spp.) no Pacifico oriental tropical é algumas vezes capturado acidentalmente pela frota pesqueira industrial. No Japão, ilhas Salomão, São Vicente (Caribe), Papua Nova Guiné e costa oriental da Africa a espécie é capturada intencionalmente com o uso de arpões para fins de subsistência, no Brasil existe um registro do aproveitamento da crane de um golfinho-de-dentes-rugosos encalhado no Rio Grande do Norte. Devido ao habito de roubar peixes das redes-de-pesca o golfinho-de-dentes-rugosos é bastante impopular, especialmente no Havaí, esta impopularidade interfere nas ações dos pescadores destas regiões quando um exemplar desta espécie é encontrado ainda com vida emalhado em suas redes-de-pesca e favorece muitas vezes a captura e morte intencional destes golfinhos.
Assim como todas as espécies que apresentam hábitos costeiros o golfinho-de-dentes-rugosos também sobre com a poluição, análises do tecido adiposo de exemplares encontrados encalhados identificaram a presença de compostos químicos como o PCB; em duas ocasiões distintas golfinhos-de-dentes-rugosos foram resgatados sob as palafitas da favela dos Alagados, área bastante poluida da baía de Todos os Santos. Ambos os animais aparentavam estar saudáveis e ficaram preso na pequena enseda devido a presença de uma rede de contenção de lixo presente na entrada da mesma.
Encalhes em massa já foram registrados para esta espécie, em 1997 62 indivíduos encalharam em uma praia da Flórida e apenas quatro destes foram reabilitados e devolvidos ao mar com sucesso. Para o Brasil existe pelo menos um registro de encalhe em massa para a espécie, em 1998 na baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro.
Descrição da espécie: a principal característica do golfinho-de-dentes-rugosos é o formato peculiar cônico da cabeça onde o longo rostro não apresenta divisão aparente do melão; a coloração do corpo é em tons de cinza, apresentando o caracterítico manto escuro, quase negro no dorso q se estreita à altura do orificio respiratório; o flanco é cinza e o ventre é bem claro, quase branco, podendo aparentar ser amarelado ou rosado, desde a maxila até a região genital; a nadadeira dorsal é alta e falcada, esta e as demais nadadeiras possuem coloração escura como a do manto dorsal.
Pode ser confundido com: o golfinho-flipper devido ao tamanho do corpo e formato da nadadeira dorsal, porém o golfinho-de-dentes-rugosos é um pouco menor, apresenta o rostro bem mais comprido sem distinção de divisão com o melão e a nadadeira dorsal é relativamente mais alta. O manto escuro do golfinho-de-dentes-rugosos também auxilia na sua identificação uma vez que o do golfinho-flipper não é tão escuro ou até mesmo aparentemente ausente. Pode ser confundido também com o golfinho-rotador devido ao padrão de colorido, formato e altura da nadadeira dorsal, porém a divisão entre o manto, o flanco e o ventre neste golfinho é aparentemente retilinea não apresentando estreitamento a altura do orifício respiratório e o alargamento abaixo da dorsal apresentados pelo golfinho-de-dentes-rugosos.
Rodrigo Maia-Nogueira
Centro de Pesquisa e Conservação dos Ecossistemas Aquáticos (Biota Aquática)
Núcleo de Ecologia e Conservação dos Cetáceos (ICet)
maianogueira@gmail.com
Centro de Pesquisa e Conservação dos Ecossistemas Aquáticos (Biota Aquática)
Núcleo de Ecologia e Conservação dos Cetáceos (ICet)
maianogueira@gmail.com